quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Bombril

"Você tem que encontrar um jeito de dizer isso sem dizê-lo." Com a frase de Duke Ellington que me lembrei da importância e da multifuncionalidade dos olhos, que, por muitos, só são utilizados para ver. E o pior, ver o que nao há.  

Há dias uma pessoa me disse que meus olhos "falam mesmo que eu não queira", "falam muito, falam demais". Mesmo sem nunca ter notado, sempre achei que o que os olhos falam, muitas das vezes a boca não consegue proferir. 
"Os olhos são o espelho da alma.", e além disso, são a porta de saída de uma das mais belas expressões de sentimento: as lágrimas. Às vezes muitas, às vezes poucas, mas suficientes para exprimir a explosão metafórica de dentro de um coração repleto de qualquer coisa, de todas as coisas, ou até de nada. 
Ao se ver um belo prato posto a mesa, salivar com uma propaganda nova que sempre vem no momento de fome mais atenuada, do sorvete na vitrine que o nutricionista não te deixa comer. Todos despertam o paladar, a água na boca. Por quê? Olhos. Que servem de boca, língua, estômago. É. De novo os olhos.
Os olhos ouvem. Leem os labios, entendem, mesmo sem som algum. Interpretam, escutam o inaudível, criam sua própria música. 
Olhos que julgam, que cegam, que alimentam, que leem, saciam, choram, que sorriem, que fitam, ouvem, que falam, gritam, que sentem! Que estabelecem a melhor conexao entre as pessoas: a troca de olhares. Nessas horas, palavras sao desnecessarias. Os outros sentidos são desprezíveis. 
Boca, língua, ouvidos? Não. Apenas OLHOS. 

Um comentário:

  1. Nossa , muito Bom Vick ! a minha tia quer criar um Blog , sobre fatos do acidente , acho que ela vai fazer ! :S

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